Alongamento pré-fronteira em adjuntos e locuções adverbiais deslocados à esquerda no Português Brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.47627/gradus.v6i2.176Palavras-chave:
alongamento pré-fronteira, deslocamentos à esquerda, estruturas adverbiais, duraçãoResumo
O alongamento pré-fronteira é uma importante pista para o mapeamento de fronteiras de frase entoacional (IP) em diferentes línguas. No entanto, poucos estudos tratam dessa pista fonética no Português Brasileiro (PB). Os objetivos deste estudo consistem em analisar a manifestação do fenômeno em adjuntos e locuções adverbiais deslocados à esquerda da oração principal e identificar seu lócus de atuação nas estruturas investigadas. Essas estruturas têm um importante papel semântico e sintático para a organização de sentenças, mas há pouca discussão sobre as características prosódicas delas no PB. Para tanto, realizamos um experimento de produção de fala com informantes da variedade paulista do PB. As falantes realizaram a leitura de estruturas adverbiais na fronteira e fora da fronteira de IP. Os resultados indicam que é robusto o alongamento pré-fronteira em estruturas adverbiais em fronteira de IP. Duas das cinco unidades controladas indicam ser o lócus preferencial de incidência do alongamento: a última sílaba e o último segmento da palavra em fronteira de IP. De acordo com a análise estatística, a sílaba átona adjacente à fronteira de IP é o lócus preferencial do alongamento pré-fronteira em estruturas adverbiais deslocadas à esquerda.
Referências
de Abreu-Zorzi, Thais Holanda (2016). “O estatuto prosódico dos advérbios em-mente: um estudo comparativo entre Português Arcaico e Português Brasileiro”. Tese de doutoramento. Universidade Estadual Paulista (UNESP). URL: https://repositorio.unesp.br/handle/11449/138342.
Cambier-Langeveld, Tina, Marina Nespor e Vincent J. van Heuven (1997). “The domain of final lengthening in production and perception in Dutch”. 5th European Conference on Speech Communication and Technology (22 de setembro de 1997–25 de setembro de 1997). Rhodes.
Elordieta, Gorka, Sónia Frota e Marina Vigário (2005). “Subjects, objects and intonational phrasing in Spanish and Portuguese”. Studia Linguistica 59.2-3, pp. 110–143. DOI: 10.1111/j.1467-9582.2005.00123.x.
Fougeron, Cécile e Patricia A. Keating (1997). “Articulatory strengthening at edges of prosodic domains”. The Journal of the Acoustical Society of America 101.6, pp. 3728–3740. DOI: 10.1121/1.418332.
Frota, Sónia et al. (2015). “Intonational variation in Portuguese: European and Brazilian varieties”. In: Intonation in Romance. Editado por Sónia Frota e Pilar Prieto. Oxford: Oxford University Press, pp. 235–283. ISBN: 9780199685332.
Gussenhoven, Carlos e A. C. M. Rietvield (1992). “Intonation Contours, prosodic structure and pre-boundary lengthening”. Journal of Phonetics 20.3, pp. 283–303. DOI: 10.1016/S0095-4470(19)30636-9.
Ilari, Rodolfo (2009). “A categoria advérbio na gramática do português falado”. ALFA: Revista de Linguística 51.1. URL: https://periodicos.fclar.unesp.br/alfa/article/view/1430.
d’Imperio, Mariapaola e Francesco Cangemi (2011). “Phrasing, register level downstep and partial topic constructions in Neapolitan Italian”. In: Intonational Phrasing in Romance and Germanic: Cross-linguistic and Bilingual Studies. Editado por Christoph Gabriel e Conxita Lleó. Amsterdam: John Benjamins, pp. 75–94. ISBN: 9789027219305.
Jun, Sun-Ah e Cécile Fougeron (2000). “A phonological model of French intonation”. In: Botinis, Antonis. Intonation: Analysis, Modelling and Technology. Amsterdam: Springer Netherlands, pp. 209–242. ISBN: 9780792367239.
Klatt, Dennis H. (1975). “Vowel lengthening is syntactically determined in a connected discourse”. Journal of Phonetics 3.3, pp. 129–140. DOI: 10.1016/S0095-4470(19)31360-9.
Michelas, Amandine e Mariapaola d’Imperio (2012). “When syntax meets prosody: tonal and duration variability in French Accentual Phrases”. Journal of Phonetics 40.6, pp. 816–829. DOI: 10.1016/j.wocn.2012.08.004.
Nakai, Satsuki, Sari Kunnari, Alice Turk, Kari Suomi e Riikka Ylitalo (2009). “Utterance-final lengthening and quantity in Northern Finnish”. Journal of Phonetics 37.1, pp. 29–45. DOI: 10.1016/j.wocn.2008.08.002.
Nespor, Marina e Irene Vogel (2007). Prosodic Phonology: with a new foreword. Berlin: Mouton de Gruyter. ISBN: 9783110977790.
Oller, D. Kimbrough (1973). “The effect of position in utterance on speech segment duration in English”. The Journal of the Acoustical Society of America 54.5, pp. 1235–1247. DOI: 10.1121/1.1914393.
de Pijper, Jan Roelof e Angelien A. Sanderman (1994). “On the perceptual strength of prosodic boundaries and its relation to suprasegmental cues”. The Journal of the Acoustical Society of America 96.4, pp. 2037–2047. DOI: 10.1121/1.410145.
Plüschke, Mareike e Jonathan Harrington (2013). “The domain of phrase-final lengthening in Estonian”. Nordic Prosody: Proceedings of the XIth Conference, Tartu 2012. Editado por Eva Liina Asu-Garcia e Pärtel Lippus. Lausanne: Peter Lang, pp. 293–302. ISBN: 9783631644270.
Rao, Rajiv (2010). “Final lengthening and pause duration in three dialects of Spanish”. Selected Proceedings of the 4th Conference on Laboratory Approaches to Spanish Phonology. Somerville: Cascadilla Press, pp. 69–82. ISBN: 9781574734386.
Santos, Raquel Santana e Eneida Goes Leal (2010). “Os domínios prosódicos e a duração de sílabas no português brasileiro”. Estudos da Língua(gem) 8.2, pp. 133–171. DOI: 10.22481/el.v8i2.1131.
Schubö, Fabian e Sabine Zerbian (2020). “Phonetic content and phonological structure affect preboundary lengthening in German”. Proceedings of Speech Prosody 2020. The 10th International Conference on Speech Prosody (25 de maio de 2020–28 de maio de 2020). Editado por Nobuaki Minematsu, Mariko Kondo, Takayuki Arai e Ryoko Hayashi. International Speech Communication Association. Tokyo, pp. 111–115. ISBN: 9782951823310. DOI: 10.21437/SpeechProsody.2020-23.
Selkirk, Elisabeth (1983). “The Syllable”. In: The Structure of Phonological Representations part 2. Editado por Harry van der Hulst e Norval Smith. Dordrecht: Foris, pp. 337–384. ISBN: 9783112423318.
Serra, Carolina Ribeiro (2009). “Realização e percepção de fronteiras prosódicas no português do Brasil: fala espontânea e leitura”. Tese de doutoramento. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Soncin, Geovana (2018). “Alongamento em fronteira de frase entoacional no Português do Brasil: Evidências a partir de um design experimental”. Gradus - Revista Brasileira de Fonologia de Laboratório 3.1, pp. 64–80. DOI: 10.47627/gradus.v3i1.119.
Tenani, Luciani (2002). “Domínios prosódicos no Português do Brasil: implicações para a prosódia e para a aplicação de processos fonológicos”. Tese de doutoramento. Campinas: Universidade Esta
dual de Campinas.
Turk, Alice E. (1999). “Structural influences on boundary-related lengthening in English”. Proceedings of the 14th International Congress of Phonetic Sciences. 14th International Congress of Phonetic Sciences. ICPhS-14 (University of California at Berkeley, 1 de agosto de 1999–7 de agosto de 1999). Editado por John J. Ohala. Volume 2. International Phonetics Association. San Francisco, pp. 1117–1120. ISBN: 9781563968990.
Wightman, Colin W., Stefanie Shattuck-Hufnagel, Mari Ostendorf e Patti J. Price (1992). “Segmental durations in the vicinity of prosodic phrase boundaries”. The Journal of the Acoustical Society of America 91.3, pp. 1707–1717. DOI: 10.1121/1.402450.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Tainan Carvalho, Luciani Tenani

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Os textos publicados na Gradus estão submetidos aos termos da licença Creative Commons – Atribuição Não-Comercial CC BY-NC 4.0, disponível em http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/deed.pt_BR.